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projeto matriz

O Programa adota o conceito de Projeto Matriz. 

 

O que isso significa?

 

Há um projeto geral (uma projeto guarda-chuva) com subprojetos associados. 

 

O profissional ao ingressar no Mestrado tem acesso a conceitos, métodos | teoria e práticas no campo da museologia e inovação social, com foco nas demandas regionais e locais. Realiza um diagnóstico de realidade e a partir de sua área de formação inicial e profissional, habilidades e competências, elabora e desenvolve um projeto-ação / pesquisa participante no contexto do Projeto Matriz. 

 

O resultado é a continuidade dos estudos e intervenções, com correções, aperfeiçoamentos ou novos produtos e serviços. 

 

Eventualmente, há projetos isolados, finalizados, mas o foco são ações sistemáticas, contínuas, o que nos permite gradativamente construir sentimentos de pertença, identidades; criar equipamentos culturais, gerir os existentes, com formação de recursos humanos, interferir em atitudes e comportamentos. 

 

São dois os Projetos 

 

Projeto Matriz 01. “Parnaíba: Patrimônio Vivo, Cidade Viva”, cujo substrato se firma em um conjunto de projetos, programas e ações, embasados em investigações técnico-científicas, para intervenções de natureza social, educativa e cultural no Conjunto Histórico e Paisagístico da Cidade de Parnaíba, que abriga uma arquitetura de variados estilos de construção, remetem a diferentes momentos de constituição urbana e evidenciam a marca de períodos de desenvolvimento econômico, fluxo de riqueza do território ao longo do período final da colonização portuguesa e para além. O Tombamento do Conjunto Histórico e Paisagístico (2008) foi realizado pelo Iphan, após análise do Dossiê “Cidades do Piauí, Testemunhas da ocupação do interior do país nos séculos XVIII e XIX” pelo Conselho Consultivo (Os docentes que conceberam o Programa participaram desse processo de pesquisa e produção do Dossiê). Há o tombamento, mas não havia ainda, antes dos estudos e intervenções do Mestrado, uma nova postura diante do conceito de cidade patrimônio nacional, com bens protegidos; agentes públicos e privados não percebiam (muitos ainda não percebem) a urgência da proteção desse patrimônio cultural. Os produtos e serviços, frutos dos projetos de natureza ação construídos pelos mestrandos e docentes são instrumentos efetivos para lidar com proteção e revitalização do Centro Histórico em uma Cidade, onde ainda há um estranhamento dos residentes e ingerência de agentes públicos e privados. O sítio histórico de Parnaíba tem característica peculiar, mesmo com inúmeras modificações na arquitetura e urbanismo da cidade, se mantém centro administrativo, comercial e residencial do município, há edificações abandonadas, relacionadas com a área portuária, hoje, desativada. 

 

O que estamos a fazer é congregar população, poderes federais, estaduais, municipais e demais agentes públicos e privados na gestão do patrimônio tombado em benefício do interesse coletivo; temos firmado acordos de cooperação técnica com as diversas esferas e agentes públicos e privados, para compatibilizar e distribuir os ônus e benefícios dos processos de revitalização. 

Projeto Matriz 01. Ecomuseu Delta do Parnaíba | MUDE. 

 

Nasce da parceria público-privada-social, da colaboração entre agentes que já atuam há mais de 10 na Área de Proteção Ambiental APA Delta do Parnaíba, a prestarem serviços às comunidades locais no que refere à ação social e cultural, à educação para conhecimento e reconhecimento da paisagem cultural, o que inclui os patrimônios natural e ambiental, museologia e sustentabilidade. 

 

A assinatura de Termos de Cooperação Técnica entre esses agentes públicos, privados e sociais permitem a realização de ações sistemáticas por docentes e discentes do Programa com a participação direta das comunidades locais, beneficiárias dos projetos.

 

Adotamos o conceito de Rede de Museus, que se afirma na existência de equipamentos culturais autônomos, mas que somam esforços e otimizam recursos humanos e materiais de forma a permitir planejamento e execução de programas, projetos e ações conjuntos.

 

As redes favorecem a existência sistemática e qualificada dos equipamentos culturais – neste caso os museus de território, cuja natureza é a participação das comunidades locais e agentes públicos e privados.

 

O ECOMUDE é concebido como um instrumento integral e integrador de comunidades ribeirinhas e praieiras, que habitam a APA Delta do Parnaíba, bioma marinho costeiro, com 307.590,51 hectares, criada por decreto federal s\n de 28.08.1996, coordenada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), CR5, cidade de Parnaíba, Piauí. 

Na APA Delta do Parnaíba estão inseridos os municípios de Barroquinha e Chaval, no Estado do Ceará; Araioses, Água Doce, Tutóia e Paulino Neves, no Maranhão; Cajueiro da Praia, Luís Correia, Parnaíba e Ilha Grande, no Estado do Piauí.

 

Pela natureza do território e conceito do Programa, optamos pelo conceito de REDE e de ECOMUSEU, uma natureza de museu polinuclear. Essa tipologia nos serve como base de integração entre agentes públicos e privados a serviço do desenvolvimento educacional, sociocultural e ambiental para a região, em uma perspectiva mais ampla no campo da museologia inovadora e social. A missão e vocação de um museu, nesse caso de um Ecomuseu, é desenvolver programas, ações e projetos de preservação, salvaguarda, documentação, pesquisas, educação, comunicação etc., da paisagem cultural, o que inclui os patrimônios cultural e natural de um dado território, neste caso a APA Delta do Parnaíba, para conhecimento, reconhecimento e valorização, promovendo atribuição de sentidos e significados às histórias e memórias pelas comunidades, com estímulo às reflexões sobre formas de garantir a sustentabilidade (social, ambiental e econômica), com o envolvimento das populações residentes na constituição do Ecomuseu; uma natureza de museu que necessariamente deve servir como instrumento de informação e educação às populações, para que possam vir a participar ativamente da gestão de seus patrimônios; a entenderem e valorizarem o espaço modificado cotidianamente em suas relações como o meio ambiente.

Acreditamos em uma gestão dos patrimônios próxima de seus criadores e detentores, o que justifica a nossa opção pela museologia de inovação social, que valoriza as ações socioeducativas dos museus, entendidos como espaços de educação não-formal, de ações culturais e de comunicação, gerador de conhecimento, reconhecimento individual e coletivo, de valorização de culturas e identidades, de estímulo à consciência crítica, afirmando olhares e reflexões que permitem desconstruir os discursos oficiais, que negam as memórias de grupos minoritários e/ou marginalizados. 

 

O Conselho Internacional de Museus (ICOM) define museu como “uma instituição permanente sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que adquire, conserva, investiga, comunica e expõe o patrimônio material e imaterial da humanidade e do seu meio envolvente com fins de educação, estudo e deleite”.

 

O conceito de Ecomuseu remonta aos anos 1960 e se associa ao interesse de se refletir sobre novos tipos de museus, concebidos em oposição ao modelo clássico e à posição central que ocupavam as coleções naqueles museus; portanto os conceitos de Ecomuseus, museus de sociedade, centros de cultura científica e técnica, de maneira geral, presente na maior parte das novas proposições de museus visam colocar os patrimônios sob a gestação de agentes públicos e privados locais, de forma a garantir o desenvolvimento sustentável. Esse conceito de museu está atravessado pela relação entre o ser humano e sua realidade, pela apreensão direta e sensível dos patrimônios.

 

Os objetos devem permanecer em seus locais de origem, logo, os museus locais, de território, de comunidades, ecomuseus e museus integral ou integrado, que tenham sob sua gestão coleções do patrimônio cultural representam uma tendência atual, qual seja: de participação das comunidades nos processos de gestão. 

 

O termo museu pode significar uma instituição - estabelecimento ou lugar selecionado para realizar estudos e comunicação de testemunhos materiais e imateriais do ser humano e seu meio. Hoje, há formas e funções diversas para museus, equipamentos em constante transformação; missão e vocação dos museus se modificaram, a gestão deve ser cada vez mais dinâmica, com profissionais múltiplos e versáteis. Planejamos como primeiros núcleos museológicos da Rede de Museus de Território o Museu Delta do Parnaíba (sede) e o Museu Tartarugas do Delta (vinculado ao ITD), com conceitos atravessados pela sustentabilidade ambiental e cultural, com a colaboração ativa das comunidades e de agentes públicos e privados locais e regionais; com vocação e missão de ampliar os trabalhos em desenvolvimento no território para a conservação e preservação da biodiversidade e diversidade cultural da APA Delta do Parnaíba. A Rede de Museus trabalha para formar recursos humanos, um corpo técnico-científico especializado de forma que a rede possa cumpri a sua missão; um conjunto de profissionais a formar outros profissionais para a realização de pesquisas e boas práticas nas áreas de: ação educativa e cultural; comunicação e públicos; gestão da informação (documentação e acervos); tratamento de acervos em suportes diversos, museológicos, bibliográficos etc. 

 

O conceito de Rede se associa ao trabalho colaborativo e participativo dos Núcleos Museológicos (museus) para as funções básicas dessa natureza de equipamentos culturais funções de coleta, conservação, formação de coleções, pesquisa-científica, culturais-educacionais, nas quais a preservação dos patrimônios se efetivam e garantam a integridade física e informacional dos patrimônios integrados, frutos de uma interação ser humano-território.

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